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quinta-feira, 2 de junho de 2011

O problema da taxa de câmbio valorizada

É importante ressaltar que a questão cambial vai além das cotações simplórias expostas nos telejornais da Globo, Record entre outras. É salutar dizer, que a problemática cambial em que estamos vivendo no Brasil é fruto de um momento de stress no cenário econômico internacional desde a crise de 2008. Ainda sentimos o efeito da marolinha da crise de sub prime nos EUA.
Primeiramente, deve-se ter claro que a valorização nominal do cambio brasileiro não tem uma única explicação, mas é multidimensional. Analisando a questão americana, a desvalorização do dólar é entendida sob à conjuntura econômica de desemprego, elevado número de pedido de auxílio desemprego, pacote de resgate econômico (no início da crise), redução da taxa de juros, etc. Essas medidas fazem com que uma economia que até antes apresentava segurança às aplicações/investimentos migrem para economias cuja remuneração seja maior, ou seja, dada uma taxa SELIC 11,93% a.a contra 0,25% a.a da taxa americana justifica a canalização de dólares para o Brasil. É bom recordar que outros países, buscando maximizar lucro buscam economias com juros altos, prêmios de risco e estabilidade econômica (situação que o Brasil alcançara).
Recordando que a taxa de câmbio nominal no livre mercado varia em função do fluxo de moeda em reservas: quanto mais dólar, mais valorizada a moeda brasileira se torna. Esses recursos aportados pela conta capital e financeira que em muitas vezes de caráter especulativo geram problemas em nossa economia real. O setor exportador é o que mais sente essa perda de competitividade, e, não raro, tem-se notado na mídia a discussão desse setor com o governo nacional. Ademais, a valorização cambial implica em pressão salarial culminando numa transferência de recursos do investidor para o trabalhador devido perda de consumo de bens comercializáveis, o que reduz investimento e fomenta consumo de importados e reduzindo o saldo da balança comercial.  Sem contar o caráter especulativo desse capital na economia.
Entretanto, uma crítica cabe ser feita: uma taxa de juros elevada como a brasileira (uma das maiores do mundo) visa manter o processo inflacionário sob controle. Entretanto, é importante ressaltar o efeito perverso dessa técnica de manutenção de preço num cenário internacional turbulento como nos EUA, Japão, Grécia, Portugal, Espanha, Líbia entre outros. Outras medidas de contenção de preço no Brasil seriam preferíveis: aumento de compulsório e política de redescontos, por exemplo. Ademais, esse aumento de juros implica em aumento de déficit nominal do governo, tornando ainda mais custoso o processo o efeito câmbio.

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